Shadowfell – Juliet Marillier

 Classificação

Bem-vindo a Alban, um mundo cheio de magia, de criaturas fantásticas e de perigos. Bem-vindo ao mundo de Neryn e à sua viagem até Shadowfell.
Perseguida devido ao seu dom de comunicar com os Boa Gente, Neryn vê-se obrigada a viver escondida. A viajar com o seu pai de lugar em lugar à procura de um abrigo onde passar mais uma noite a salvo dos subjugadores do Rei Keldec e sobreviver à Purga.

É numa dessas noite de procura de abrigo que Neryn vê a sua situação agravar-se, quando o seu pai a perde numa aposta para um desconhecido. Desconhecido esse que a salva de ser encontrada pelos subjugadores e de ter o mesmo fim terrível que o seu pai.
É após essa fatídica noite que Neryn decide ir até Shadowfell, uma terra misteriosa, onde se diz que se encontra uma força rebelde disposta a lutar contra a tirania do rei. E é aqui onde embarcamos numa viagem cheia de perigos, de ameaças, de provas de força e coragem.

Juliet Marillier é uma verdadeira contadora de histórias. Há uma certa magia que nos faz ficar cativados com a sua escrita logo às primeiras páginas. Que nos faz entrar entrar no seu mundo e ficar cativo dele.
Embora adore a escrita dela, confesso que as primeiras cem páginas li com o bocado de aborrecimento. O início da história cativou-me. Uma jovem com um poder mágico e secreto que se cruza com o um desconhecido que a salva da morte. É óptimo. Ainda por cima um desconhecido encapuzado e misterioso. Poderia começar melhor? Só que depressa ambos se separam e ela segue caminho sozinha, para uma terra desconhecida e com um estado de saúde frágil e debilitado e quase parece que a sua jornada vai ficar por ali. Nestas primeiras cem páginas estive um bocado de pé atrás e pensei “então ela só anda, anda e anda…”. E então começa a aparecer criaturas mágicas que a ajudam, algumas divertidas e situações em que Neryn é posta à prova e que mudaram toda a minha motivação para ler o livro.

Outra motivação (talvez a principal) foi Flint. Flint o desconhecido misterioso, Flint o inimigo carinhoso. Confesso que fiquei deliciada com esta personagem misteriosa. Quem é ele, será que é bom ou ma? Amigo ou inimigo? Será que descobrimos o seu segredo? Adorei este personagem mais que qualquer um. Foi fácil gostar dele, comover com o sofrimento dele e com o que ele tem de lidar. Neryn como protagonista teve de lutar pela sobrevivência, lutar contra a desconfiança, mas Flint vê-se dividido entre dois lados distintos. Uma profissão que o faz sofrer, lutando às escondidas, vivendo uma vida dupla. Foi uma grande panca. E obviamente que estava ali com a esperança de um romancezito entre ele e Neryn.

Foi toda esta história com Flint que me faz dar quatro estrelas ao livro, estive tentada a dar apenas três embora o livro seja bom. E estive tentada a dar três estrelas pela única razão de esperar que o livro seguinte seja melhor e comparando um e outro… mas optei pelas 4 só mesmo por toda a intriga à volta do Flint que propriamente pela jornada de Neryn.
Segue-se “O voo do corvo”. As expectativas estão altas.